Você pode conhecer algo sobre BDSM, ter lido o último livro do momento e até dedicado um tempo para ler este texto de introdução ao BDSM. Mas você ainda deve ter dúvidas e certamente está longe de conhecer o BDSM em toda a sua plenitude.

Pensando nisso, preparei um FAQ com algumas das perguntas mais comuns sobre o BDSM. Hoje você vai ler mais uma parte desse pequeno guia e sanar algumas das suas dúvidas. Vamos lá!

O livro 50 tons de cinza é uma boa representação do BDSM?

Muitos praticantes e entusiastas do BDSM consideram o livro 50 tons de cinza problemático. Apesar da história apresentar uma relação de dominação e submissão e introduzir uma série de elementos característicos do BDSM, o relacionamento da protagonista não é completamente são, seguro e consensual – a tríade do BDSM – e em muitas partes pode ser interpretado como abusivo. A idealização extrema e a banalização do BDSM também não são bons exemplos para os novatos.

Também é importante entender que nenhum livro ou história jamais conseguiria representar toda a diversidade e imensidão do BDSM, que inclui infinitas práticas, das mais brandas às mais extremas e das mais comuns às mais polêmicas.

Mesmo que o livro 50 tons de cinza tenha te introduzido a novas possibilidades excitantes, tenha sempre ressalvas e coloque um pé atrás antes de sair praticando. Por questão de segurança, é recomendável que procure fontes de informação confiáveis ou até praticantes experientes para aprender mais.

O que é Switch?

Switch é uma pessoa que transita entre os dois papéis do BDSM: em um momento você é o dominador, em outro é o dominado. Muitos Switches mantêm mais de um relacionamento, onde são exclusivamente dominadores com um parceiro e exclusivamente submissos com outros. Outros preferem se relacionar com alguém que também é Switch. Um Switch pode inverter os papéis em uma mesma sessão de BDSM, ou pode alternar de papel em diferentes sessões. Isso é muito comum no BDSM. Se você acha que pode curtir os dois lados, basta encontrar um ou mais parceiros que estejam dispostos a explorar as suas fantasias com você.

Há preconceito contra praticantes de BDSM?

Infelizmente, sim. As pessoas em nossa sociedade possuem uma imagem muito preconceituosa a respeito do BDSM e a carência por informações de qualidade só acentua o problema. É lamentável, mas é fato: muitas pessoas perdem emprego quando suas preferências sexuais são descobertas. Muitas não encontram compreensão na família e nem a aceitação dos próprios parceiros. Pior ainda se essas pessoas forem mulheres. Não é à toa que o BDSM é uma subcultura mantida quase totalmente por grupos privados.

Muitos praticantes vivem uma vida dupla para impedir que suas preferências sexuais interfiram na carreira ou na vida pessoal. Para manter o anonimato, muitos adotam apelidos para usar nos meios fetichistas, tanto na internet quanto em eventos presenciais.

O que diferencia o BDSM de violência doméstica?

A palavra-chave é consentimento responsável. Abuso sexual ou emocional e agressões físicas são formas de violência – ou seja, são feitas sem o consentimento da vítima. É fundamental que uma relação BDSM seja estabelecida sob consentimento responsável e esclarecido de todos os envolvidos. Isso quer dizer que não basta você ter vontade de experimentar algo; você também deve ter pleno conhecimento sobre as práticas e os seus riscos. Ninguém deve ser forçado a nada e a sessão pode ser parada a qualquer momento com a palavra de segurança estabelecida. Também é possível realivar a situação e redeterminar novas regras e limites.

O BDSM pode ser praticado com mais de um parceiro?

Uma grande parte dos entusiastas pratica BDSM com mais de um parceiro. É tecnicamente impossível encontrar uma única pessoa que corresponda todas as suas fantasias, especialmente no caso dos Switches. Praticando com parceiros diferentes, você tem liberdade para exercer a sua sexualidade de todas as formas. A quantidade de parceiros BDSM que um indivíduo tem não possui relação direta com seu status amoroso: muitos praticantes, apesar de monogâmicos, buscam “play partners” somente para sessões BDSM, muitas vezes sem sexo. Mas também há dominadores que gostam de mandar em mais de um submisso ao mesmo tempo; dominadores que emprestam seus submissos; submissos com vários donos; ou até mesmo relações de hierarquia, onde um participante é dominado por intermédio de outro submisso. Há liberdade para absolutamente todos os tipos de arranjos de relacionamento, basta dialogar e procurar seus pares.

Quem pratica BDSM nunca mais faz sexo “normal”?

É verdade que muitos praticantes incorporam elementos de dominação ou dor em suas relações sexuais em todos os momentos. Por uma questão de liberdade e realização sexual, essas pessoas se relacionam exclusivamente com parceiros que compartilham os seus fetiches. No entanto, não há nenhum impedimento para que um praticante BDSM faça sexo baunilha. Do mesmo modo que você pode gostar de sexo oral, mas nem sempre incluir essa prática nas suas relações sexuais, às vezes simplesmente a pessoa não está afim. Muitos praticantes mantêm relações perfeitamente baunilhas com seus parceiros e praticam BDSM somente fora de casa. Também é importante lembrar que para muitas pessoas o BDSM nem mesmo inclui sexo.

Como funcionam os tais contratos?

Os contratos não são lavrados em cartório, mas são uma forma simbólica de estabelecer um compromisso de relacionamento duradouro de dominação e submissão. Embora nem todos os praticantes os utilizem, os contratos são vistos e respeitados como algo de grande importância dentro do BDSM, tanto quanto o ato de colocar ou tirar uma coleira. Nele as partes estabelecem suas expectativas, seus limites e todos os acordos da relação. Os envolvidos devem ter o poder de modificar regras ou revogá-las totalmente a qualquer momento, mas um contrato geralmente tem um caráter de compromisso semi-permanente, ao contrário de regras estabelecidas por outros meios.

O submisso nunca pode gozar sem permissão?

Depende do arranjo dos participantes. Geralmente é acordado ao início de cada sessão se o submisso pode ou deve sentir prazer e qual será a punição para cada tipo de infringimento. Em relacionamentos de dominação e submissão, o controle do orgasmo é um elemento muito comum. Alguns praticantes também incorporam elementos de castidade e fazem com que o submisso não possa sequer se tocar ou se masturbar sem a permissão direta do dominador. Esse tipo de regra muitas vezes simboliza a entrega e o pertencimento do prazer do submisso inteiramente ao dominador.

Bater não é perigoso? Pode causar hematomas?

A menos que você seja experiente e saiba como fazer para não deixar marcas, você provavelmente vai causar algum hematoma. Isso pode ser um problema para submissos que não querem expor suas práticas BDSM ao mundo. Mas não tem problema: o submisso estabelece antes de cada sessão quais partes do corpo estão disponíveis para levar marcas. Embora hematomas nos glúteos sejam doloridos, dificilmente uma mancha nesse local levará a algum constrangimento, já que está quase sempre coberta por roupas.

Por uma questão de segurança, não são todas as partes do corpo que podem ser alvos de pancadas. Para prevenir danos e machucados graves, é preciso ter experiência prática com os instrumentos e amplo conhecimento sobre a anatomia humana. Não basta passar horas lendo guias sobre como utilizar um chicote: é preciso ter treinamento prático para prevenir acidentes, de preferência com orientação de um praticamente experiente que te ensine a manusear os instrumentos com segurança. Também não há relação direta entre a cor do hematoma e a dor provocada; com a técnica certa, é possível provocar dores que duram por dias ou semanas sem deixar nenhuma marquinha.

Dá pra praticar sufocamento com segurança?

O sufocamento é uma fantasia muito comum, mas é uma prática extremamente perigosa. As estatísticas não mentem: é assustadora a quantidade de pessoas mortas todos os anos praticando sufocamento – muitas vezes por conta própria, enquanto se masturbavam. Simplesmente não há como prevenir a perda de controle e, para práticas perigosas como essa, é melhor parar antes que seja tarde demais; ou seja, é melhor nem começar.

Certas práticas não são seguras e não há nenhum modo de se assegurar de que não vão causar danos permanentes. Nesses casos, o único modo de se prevenir é não praticando. Uma forma alternativa de encontrar prazer com essa fantasia é apenas imaginar e atuar. Por exemplo, um dominador de extrema confiança pode segurar os seus ombros e fingir que te sufoca, mas sem realmente te estrangular. Lembre-se: prevenir é melhor do que remediar.

O que fazer quando não dá pra falar e nem fazer o gesto de segurança?

Não há o que fazer; por isso, tome cuidado para nunca impossibilitar o submisso de parar a sessão ou de pedir socorro. Mesmo que o dominador seja de extrema confiança, muitas vezes os limites são acidentalmente ultrapassados. O dominador deve estar sempre atento e tomar cuidado com barulhos que possam abafar a palavra de segurança. Caso o submisso esteja amordaçado, a atenção precisa ser redobrada e o dominador não deve deixar de supervisionar o submisso por um segundo sequer. Se o submisso vai ser deixado sozinho por um tempo como parte de algum castigo, é importante que ele seja capaz de se libertar das próprias algemas e equipamentos em caso de emergência.

Não desconsidere essas regras: elas são de extrema importância e podem salvar a sua vida.

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